Um dia, ganhei da minha ex-lider um caderno de Oração. Coisinha simples, anônima, aparentemente sem valor.
Neste caderno (que tempos depois, eu, igualmente, presenteei minhas ex-discipulas) alimentei com meus sonhos, necessidades, vontades, anseios, alegrias e tudo mais que eu precisei ou precisava.
Um caderno lindo: perfumado, cheio de figuras (cortadas de revistas ou desenhadas por mim mesma), dividido por títulos, por sonhos, por necessidades, por vontades, desejos simples (como ter uma máquina fotográfica Sony), casamento, casa própria, carro, saúde, dentes perfeitos, cintura redondinha. Afinal, sonhar não paga imposto e temos que crer nos mais impossíveis milagres.
Aliás, Milagre é uma postagem a parte.
Eu o mantive até poucos meses. Um dia, após uma noite de infinitas lágrimas (uma entre tantas) eu resolvi dar um fim neste caderno.
Quase 96 folhas de sonhos, simplesmente sonhos. Meus sonhos, somente meus e de mais ninguém e por mais que sejam semelhantes a tantos outros de tantas outras pessoas são meu e de mais ninguém. Destas 96 folhas, creio que pouquíssimas puderam ser realizadas.
Milagres? Realizações?
Sim, com certeza. Coisas que eu, materialmente poderia ter concretizado sem a necessidade de um caderno de sonhos ou grande desejo do sobrenatural na minha vida, bastava apenas trabalhar e ter um salário pra poder comprar, coisas tipo, meu apartamento e a mobília que tem dentro dele.
Sonhos? Não, realização de 30 anos de trabalho. Sim, em fevereiro deste ano completei 30 anos de registro em carteira profissional.
Daqui a três anos e nove meses posso dar entrada na minha aposentadoria.
Porque não procurei uma profissão contemplada com esse negócio de “insalubridade”, daí já estaria aposentada.
Ah! Os sonhos fora do poder material? São objetos de um novo post quando eu estiver menos revoltada.
Beijos 1.000
1 comentários:
Amiga, descobri que nossos sonhos JAMAIS morrem. Eles apenas adormecem.
Estou numa fase tbm de falta de sonhos, sem esperança... mas ainda assim, láaaaaaaaaaaaaaa no fundico, por mais que eu ignore, os sonhos ainda estão la. E a esperança tbm.
Beijocas
te amo
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